Figura 1: O Menu principal do Minecraft

Atualmente, é difícil conhecer alguém que não tenha ouvido falar de Minecraft, um jogo simplista `pixelado`, construído em um universo de cubos, que permite que os seus jogadores explorem sua criatividade quase sem limites. Ontem, este jogo que compõe a lista dos jogos mais vendidos do mundo, fez seu aniversário de 10 anos desde o lançamento.

Nesta década, foi possível acompanhar o crescimento de um jogo, que havia nascido de um vídeo de experimentos no youtube de seu criador, Markus Persson, e chamava-se apenas `Cave Game`, seu universo era composto de blocos de grama e pedra, e permitia que o seu jogador caminhasse por aí. Agora, o bloquinho de terra, tão comum desde as primeiras versões do jogo, é reconhecido como um símbolo na comunidade gamer, e para muitos, representa uma sensação de nostalgia, liberdade, criatividade.

Apesar de parecer um jogo tão simples que chega a ser bobo, o Minecraft tem uma profundidade incrível para seus jogadores, com diferentes modos de jogo, que permitem que diferentes tipos de jogadores possam desfrutar o universo quadrado: Sobrevivência, na qual o jogador deve explorar e consumir o mundo para conquistar seus objetivos, lutando contra inimigos, protegendo vilas inocentes de ataques, cavando profundos túneis em busca de diamantes, e até atravessando portais interdimensionais para derrotar poderosos chefões. Já o modo Criativo, dispõe o jogador de um arsenal completo de todos os itens blocos e personagens que populam o Minecraft, permitindo que o jogador construa livremente, explorando por completo sua criatividade, da mesma forma que brincar de Lego, só que desta vez, com todos as peças que existem! A comunidade criativa está sempre criando ou recriando estruturas reais e fictícias, como prédios e castelos.

Figura 2: Menu do modo criativo

Porém, a verdadeira jóia do Minecraft encontra-se em um nível conceitual mais profundo que sua jogabilidade: os jogadores podem alcançar seus objetivos explorando apenas sua imaginação, ou serem desafiados a lutar por seus objetivos. Além disso, o principal modo para obter os itens necessários para quebrar blocos, é através do sistema de crafting, que demarca a segunda parte do nome do jogo. Com os itens obtidos, por exemplo blocos de madeira ao socar uma árvore no início do jogo, o jogador poderá construir tábuas e ferramentas de madeira, para ajudá-lo a conseguir blocos cada vez melhores. A montagem destes itens é feita em um tabuleiro 2×2 ou 3×3, e ao posicionar os itens da maneira correta, o jogo permite obter um item secundário, explorando a memória e lógica.

Figura 3: O menu de crafting, que permite criar novos itens a partir de matéria prima

Finalmente, o jogo ainda permite um sistema de customização e programação, que dá aos criadores a possibilidade de construir experiências narrativas e de jogabilidade, mapas Aventura. Este sistema, também baseado em blocos, permite a montagem de circuitos elétricos, execução de comandos, e até mesmo a recriação de máquinas programáveis dentro do jogo! Este sistema é tão completo, que muitos jogadores sentem-se desafiados a construir uma máquina dentro do jogo, que permita executar o próprio jogo. E apesar de parecer uma ideia absurda, só não foi possível ainda pois a execução desses circuitos ocorre de maneira simulada, o que faz com que as máquinas tenham um limite de capacidade computacional.

Figura 4: um simples circuito de relógio

Em conclusão, este jogo é um símbolo na indústria de jogos, pois ele recriou o gênero de jogos sandbox, conquistou jogadores de todas as idades e perfis, e foi construído sobre um aspecto educacional maravilhoso. Feliz aniversário, Minecraft!

Os princípios mais básicos da computação são definidos sobre sólidos fundamentos matemáticos. Diversos mecanismos utilizados no dia-a-dia da programação foram concebidos a partir de estudos específicos de disciplinas como Álgebra Abstrata, Geometria Analítica, Álgebra Linear, Cálculo e a Matemática Discreta. Quando se trata de desenvolvimento de jogos, existem diversas formas de visualizar esses conteúdos sendo aplicados em prática, e nós da SpaceFrog, apaixonados por educação, decidimos criar alguns exemplos sobre como implementamos isso em nossos jogos, e isso é muito gratificante, pois em nosso processo criativo podemos trabalhar com conteúdos pedagógicos de qualquer disciplina, como Língua Portuguesa ou Filosofia, e ainda teremos a Matemática implantada nos blocos básicos da lógica dos nossos jogos.

No desenvolvimento do Alfabééto, utilizamos de diversas funções trigonométricas para dar vida aos elementos do jogo, desde simples transformações para animar os botões e interfaces até ao movimento descrito pelo carneirinho quando ele pula de um bloco à outro.

Figura 1: Captura de tela do Alfabééto

Para criar o efeito 3D planificado em um ambiente isométrico, transformamos a posição do carneirinho descrevendo uma parábola, de forma que ele irá saltar a partir de um bloco até outro.


Figura 2: Função trigonométrica que descreve a parábola percorrida pelo Beto ao saltar de um bloco à outro.

Ao aplicar esta função na posição vertical do carneirinho e interpolar a posição horizontal do centro de um bloco ao outro, criamos uma ilusão quase perfeita do movimento do salto, de forma que podemos apresentar um jogo com um bom nível de realismo que pode ser ajustado com altíssima precisão, pois podemos percorrer a parábola lentamente e descrever esse caminho com ainda mais pontos. Na figura 2, imagine que o carneirinho está na ponta esquerda da parábola, e terá sua posição vertical alterada conforme a curva de acordo com o tempo. Usar tais conceitos matemáticos no desenvolvimento de jogos permite alto nível de controle por parte da programação, pois é possível ajustar os efeitos com grande precisão, criando um efeito bastante realista que se assemelha com efeitos físicos práticos, e que ainda é muito simples a nível de código, permitindo alta manutenibilidade.

Isso torna-se muito importante em jogos educacionais, pois através de um jogo, não desenvolvemos um questionário específico que poderia ser impresso e entregue aos alunos em sala de aula, mas criamos experiências lúdicas capazes de entreter os alunos, cujos conceitos são apresentados através do próprio design das mecânicas em nossos games. Criar um ambiente que assemelha-se ao mundo real, apresentando conceitos como a gravidade, atrito e até mesmo movimentos acelerados nos permite criar um bom nível de imersão ao jogador, fazendo com que ele possa adquirir os conteúdos de forma natural.

Em conclusão, desenvolver jogos educacionais requer bastante trabalho para criar uma apresentação visual que seja capaz de tornar esse jogo uma experiência imersiva de conteúdo para seus jogadores. Devemos sempre ter em mente que existem muito mais conteúdos pedagógicos que podem ser absorvidos em um jogo do que as mecânicas que criamos, e isso garante que os jogos da SpaceFrog são desenvolvidos com o tipo de conteúdo que queremos ensinar.

No dia 6 de Junho de 2018, a SpaceFrog participou de uma aula de Tópicos em IHC (Interação Humano Computador) do professor Roberto Pereira da Universidade Federal do Paraná. Durante o semestre, o professor explorou tópicos de design thinking e desenvolvimento de jogos com âmbito educacional para pensamento computacional, e a equipe da SpaceFrog foi convidada para fazer um mini seminário mostrando como é participar do mercado nesta linha de desenvolvimento, além de apresentar os jogos já lançados pelo estúdio.

Foi feita a apresentação do Alfabééto e Aventura Pirata, e em seguida foi aberto um debate com os alunos sobre o processo criativo e de desenvolvimento, além de liberar os games para que eles pudessem testar e jogar à vontade durante o restante da aula.

Em uma segunda visita à turma do professor Pereira, na banca avaliadora dos trabalhos de conclusão da disciplina, representantes da SpaceFrog participaram assistindo e comentando a apresentação dos jogos de pensamento computacional desenvolvidos pelos alunos durante o semestre. O professor Roberto Pereira fez uma breve declaração sobre a visitas:

“Em 2018, a equipe do SpaceFrog, representada pelo Eric e José, fez uma participação especial na disciplina de Interação Humano-Computador que eu ofereço na Pós-Graduação em Informática da UFPR.
A disciplina foi pensada para que os alunos trabalhem em equipes, aplicando um processo inspirado no Design Thinking para projetar um jogo com finalidade educacional.
A equipe SpaceFrog inspirou os alunos com suas ideias e exemplos de jogos, mostrando que a criatividade, educação e responsabilidade social podem ser perfeitamente articuladas na prática de construção de jogos interativos.
Ao final do semestre, os alunos apresentaram seus projetos de jogos e trocaram ideias com a equipe SpaceFrog em um workshop de apresentação dos resultados! Foi sensacional! :)”

Foi uma experiência muito enriquecedora e participativa, que permitiu o compartilhamento das experiências de profissionais e acadêmicos. Em nome de toda a equipe é deixado aqui um carinhoso muito obrigado ao Professor Roberto Pereira que propiciou esse momento marcante e colaborativo na história da SpaceFrog.